Cunicultura
Introdução
- Carcaças: 1.1 a 1.3 kg com elevado preço (5€). Reprodutores com 1.6 a 2 kg menos valiosas. Perde-se 300 g em patas, pele e digestivo, um animal vivo é quase metade do preço.
- Raças com melhor indice de conversão: california, nova zelandia. Podem ser cruzadas entre si ou com raças de carne para aumento da prolificidade, conformação e indice de conversão (Gigante Espanhol, Gigante de Flandres, Borboleta, Himalaias) ou com raças de pele (cor, Rex e Angorá).
- Instalações: actualmente usa-se maternidade + engorda porque diminui mortalidade por muda das crias (muda-se as reprodutoras). O local mais afastado dos ventiladores têm maiores problemas (maior temperatura).
- Economia: praga nos Açores, papel ecológico (limpeza de habitat, prejuizos agricolas, dispersão de sementes, presa importante, caça), decrescimo na população devido a doenças (mixomatose, doença hemorragica viral).
- Determinação da idade: jovens tem < 800 g e protuberancia marcada no cubito (< 7 a 9 meses). O peso do cristalino é o método mais exacto e objectivo: remove-se na necropsia e põe-se em formol 10% e secagem em estufa (2 a 3 dias, 95 a 100o), o peso do cristalino corresponde numa recta logarítmica à idade em dias.
- Determinação do sexo: machos exteriorizam testiculos só na época reprodutiva.
Coelho | Lebre |
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Repovoamento de coelhos bravos em cercado de reprodução
- Instalações: cercado de rede de arame resistente ou muro com continuação de 50 cm sob o solo e coberta (evitar acesso de aves), terreno plano e isolado (sem ruído e movimentação - stress), zona de vegetação (clareira, pasto - com rega) e zona de abrigos com separação de rede (possibilita apanha para vacinação, contagem, retirada), bebedouros e alimento disponiveis.
- Animais: introdução de 20 fêmeas e 10 machos (minimo) não cruzados (coelho bravo puro). ● Maneio: quando estão na instalação no local de repovoamento, faz-se uma abertura na cerca aos 15 dias com o tamanho de um coelho (protecção) que permite que os coelhos abandonem e colonizem a área. Quando não houver fezes frescas ou consumo de alimento na instalação, posso utilizar novamento noutro local.
- Patologias: mixomatose, doença hemorragica, tinha, sarna, coccidiose, pulgas, respiratorio (coriza, pasteurella, bordatela).
- Vigilancia sanitária de selvagens: evitar extinção (predação e cinegéticas - desiquilibrio no ecossistema), evitar propagação de doenças e zoonoses.
Coelho Bravo | Coelho Doméstico |
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Patologias
Mixomatose
- Tem duas formas, a anodular e a classica. Na última apresentam mixomas nos olhos, nariz e orelhas e inflamação genital.
- Ocorre mais em reprodutores e animais com mais de 15 dias.
- Transmissão por picada de ectoparasitas, sémen e contacto directo.
- É um Poxvirus que resiste no ambiente por 10 meses.
- Incubação: 7 - 13 dias.
- A clássica tem facil diagnóstico.
- Pode ter uma forma respiratoria sem nodulos que é confundida com coriza.
- Controlo: vacinação e controlo de vectores. Não há tratamento.
- A vacinação deve estimular a imunidade celular. Primovacinação às 4 semanas, reforço às 10 semanas, repetir a cada 4 a 5 meses.
Doença Hemorragica
- Em animais com mais de 50 dias e laparos no ninho.
- Calicivirus, mantém-se viavel na carne congelada.
- Forma clássica aguda.
- Epistaxis nasal e sangue no anûs.
- Problemas respiratorios e hipotermia.
- Orgãos congestionados, hemorragia no baço e rim, fígado hipertrofico e descolorado.
- Diagnosticos diferenciais: pasteurolose, salmonelose, morte subita por golpe de calor.
- Controlo: vacinação (imunocompetente em 7 dias), controlo de vectores, desinfectar material de tatuagem, comprar animais de regiões livres de doença.
- Primovacinação ao 1o mês, reforço aos 2 meses, revacinação aos 8 meses.
Pateira
- Em reprodutores. Provocada por jaulas de arame.
- Solução: redes de descanso (placas de plastico), spray antibiotico e secante para as feridas.
- Causa da eliminação de reprodutoras porque produzem menos.
Mamites
- Causa de eliminação de reprodutoras porque há perda de laparos e estes têm baixa imunidade.
- Pode ser causada pela mordida de laparos.
- Prevalencia de 5%.
- Por Staphylococcus.
- Tratamento: antibioticos (penicilina LA + streptomicina, macrolitos), quando é problema recorrente administra-se nos 2 a 3 dias pós-parto.
Sindrome respiratorio por Bordatella e Pasteurella
- Factores: ventilação, temperatura e humidade.
- Principalmente pela Pasteurella, subtipos A3, A7 e A9. Também por Bordatella (seios paranasais, pulmões).
- Os coelhos são susceptiveis devido ao formato dos cornetos nasais (susceptibilidade anatomica).
- Ocorre em adultos.
- Pasteurella pode formar abcessos na pele, glandula mamaria e utero. Abate-se o animal.
- Tratamento: injectavel oxitetromicina LA, estreptomicina. Na ração usa-se oxitetraciclina e
- trimetoprim-sulfa. Na água usa-se oxitetraciclina, trimetroprim-sulfa, enrofloxacina (aguda). A sulfadimetoxina é melhor.
Patologias em Laparos
- Diarreia amarelada dos 4 a 7 dias.
- Abcessos por Staphylococcus - mortalidade de 75%.
- Pneumonia dos 15 aos 20 dias.
- Coccidiose aos 30 dias.
- Salmonela dos 7 aos 20 dias.
- Enteropatia mucoide com compactação cecal dos 15 aos 30 dias.
- Controlo: qualidade da água, qualidade do maneio, coelha portadora de cepa patogenica de E.coli, higiene dos ninhos.
- Tratamento: aminoglicosideos, eliminação.
Colibacilose
- Diarreia neonatal.
- Várias estirpes, sem enterotoxinas.
- Mais afectados entre o 1o e 15o dia.
- Diarreia aquosa, barriga suja, todos os animais do ninho afectados, vários ninhos afectados. Leite não
- digerido no estomago, conteudo intestinal liquido.
- Coelhas ganham imunidade e passam imunidade passiva à proxima ninhada.
- Diagnostico: cultivo e isolamento de E.coli em conteudo intestinal de coelhos com menos de 2 semanas.
- Tratamento: Antibiotico com antibiograma.
Clostridium
- Das 3 a 5 semanas de vida.
- Por ingestão, intoxicação por antibioticos (lincomicina - agudo, penicilina de amplo espectro - cronico; coelhos são muito susceptiveis a antibioticos).
- Perda de apetite, inflamação hemorragica do ceco com conteudo liquido sanguinolento, morte em 4 dias.
Staphylococcus aureus
- Nas peles e mucosas.
- Profilaxia: antisseptico em pó nos laparos quando nascem, penicilina + estreptomicina, macrolitos em toda a maternidade, comprar em explorações livres.
- Portador assintomatico.
- Animais doentes têm nos foliculos, mal de patas, mamite e metrite.
- Mãe é portadora e aumenta o risco nos laparos do 1º ao 15º dia.
- Em explorações com muitas mamite, abcessos e mal de patas.
- Elevada mortalidade no ninho.
- Profilaxia: higiene, eliminação dos positivos, antibiotico (espiromicina, tiomulina, eri...) espaçados 15 dias.
Tinha
- Dermatofitose: tricophytum e microsporum.
- Frequente em animais de companhia, zoonose.
- Foco de contagio: ninhos (mães portadores assintomaticas).
- Depilação circular rosada nas patas e focinhos - formam escamas secas - prurido - Streptococcus
- B-hemoliticos invaadem - inflamação mais severa.
- Cabeça, orelhas e membros anteriores.
- Diagnostico: citologia, lampada de Wood (nem todas dão fluorescencia), raspagem (esporos e micelos).
- Profilaxia: limpeza, eniconazol pulverizado 2x por semana (jaulas, paredes, tectos - custoso), enxofre nos ninhos (queratolitico, cuidado que em doses excessivas queima), queimar jaulas.
- Tratamento: eniconazol de 4 em 4 dias durante 16 dias (mais para a. companhia).
Enterocolite
- Abdomen inchado (timpanismo), diarreia aquosa, dilatação do intestino e estomago. Sem lesão congestiva e inflamatoria macroscopica. Paresia cecal.
- 30 a 80% de mortalidade (elevada), rapida difusão.
- Maior predisposição às 6 a 8 semanas.
- Diagnostico diferencial: clostridium, colibacilose, coccidiose.
- Sem tratamento - bacitracina de zinco, tiamulina.
Coccidiose
- Hepatico: ascite, sem diarreia.
- Intestinal
- Diminuição do ganho de peso diario indica possivel coccidiose, fazer coprologia.
- Estirpes mais patogenia, menos patogeniaca e não patogenica.
- Influenciado pela idade e alimento - subclinico?