Económico
- Maior impacto em jovens e engorda.
- Impacto: morbilidade elevada, alguns mortalidade elevada, produção diminui, custo do tratamento, maneio, preço de venda (lote homogeneo de maior valor, rejeição em matadouro).
- Produção de carne em intensivo: patologias respiratorias.
- Produção de leite: susceptivel a patologias respiratorias se as condições ambientais não são ideais.
- Jovens:
- Em carne (engorda) respiratório é mais importante.
- Enterites no 1º mês, seguido por patologias respiratorias.
- Maior prevalencia, mortalidade e impacto económico.
- Adulto:
- Respiratorio é raro, só em grupos sem vacinação.
- Mais patologia respiratoria secundária (menos grave).
- BRSV com maior impacto.
Patologias primárias
- Bacterianas: raro, mais em patologias secundárias.
- Viroses
Grande impacto em efectivos não vacinados. Patologia de grupo que se inicia-se com surto por introdução de animal infectado. - BRSV, PI3, BRCV, IBR.
- Produção de carne: sem tratamento, só vacinação.
- Produção de leite: grandes quebras de produção, problemas metabolicos concomitantes (cetose - anorexia), elevado prejuizo.
- Tratamento: vacinar todo o efectivo (mesmo doentes), antipiretico (AI que possa ser utilizado em todos - acido acetilsalicilico na água), controlo da temperatura corporal e exame cuidados dos mais afectados (infecção bacteriana secundária dar AB - mas a maioria não pode ser usado em bovinos de leite) - tratamento sintomático.
- Prognóstico favorável: elevada morbilidade, boa resposta à terapeutica.
- Prevenção:
- Vigiancia, controlo de origem, quarentena.
- Identificação de PI e outras patologias.
- Controlar ambiente para evitar imunossupressão (pneumonias).
- Parasitoses: verminose pulmonar
- Suspeita quando não recuperam com tratamento de patologia respiratoria.
- Pouco importante.
- Se há infecção secundaria dar AB (B-lactamicos têm boa concentração no parenquima pulmonar).
- Ivermectina (IS carne longo, caro), Eprinomectina (pour-on e sem IS para leite), Albendazol (PO), Levamisol (PO).
Patologias secundárias
Reticuloperitonite traumatica
- Ingestão de corpo estranho metalico pontiagudo.
- Patologia individual.
- Diagnóstico
- Ecografia: reticulo preso, raro usar-se.
- Laparotomia exploratória no flanco esquerdo, pode administrar-se iman antes para localizar o corpo estranho.
- Quadros
- Assintomatico: reticulite não infecciosa.
- Morte subita: perfuração do coração.
- Reticulopericardite traumatica: pericardite exsudativa (não se ouve o coração).
- Reticulopneumonia: localizada, afecta unicamento o pulmão esquerdo e inferiores. DD. pneumonia.
- Febre indeterminada, peritonite, dor abdominal.
- Tratamento
- Objectivo: sequestrar e promover peritonite localizada (fibrose desejável).
- 1a abordagem médica, depois cirurgica (ruminotomia).
- Risco de não conseguir remover se estiver no tórax.
- Iman: para regressar ao reticulo (nem sempre funciona: local do CE, tem que ter ferro). Profilatico ou curativo. Iman protegido é melhor preventivo porque sequestra CE na caixa e evita perfuração.
- Fluidoterapida: suporte, soro glucosado combate cetose (por anorexia).
- AINS: CI porque queremos fibrose. Analgesico pouco AI - dipirona.
- Ruminatorios: só em atonia ruminal.
- AB: B-lactamico, oxitetraciclina, penicilina.
Pneumonia por aspiração
- Comum, complicado.
- Gravidade depende da substância aspirada
- Liquido ruminal: por manipulação ou decubito dorsal, mais complicado e mortal.
- Más práticas de entubação nasogástrica e garrafadas (ao segurar na língua da vaca impede-a de engolir).
- Ingestão de gel de calcio PO na hipocalcemia quando tem deglutição diminuida.
- Propilenoglicol, óleo, azeite, particulas sólidas.
- Prognóstico reservado: poderar eutanasia, após tratamento pode ficar com abcesso pulmonares que refletem-se na produção e pode ser rejeitado em matadouro. Pode sobreviver aos 1os dias de tratamento e morrer.
- Tratamento
- 1a fase: estado crítico (decubito lateral, dispneia) - estabilizar
- AINEs acção rápida
- Diureticos
- 2a fase: AB
- IV de 12 em 12h com elevada dose. Até 4 semanas.
- Se hidrossoluvel pode ser intra-traqueal
Sindrome da Veia Cava Caudal (SVCC)
- Vacas de leite de elevada produção.
- Acidose ruminal crónica provoca laminite e SVCC.
- A barreira do rumen está comprometida, formam-se abcessos no rumen, embolos de bacterias entram em circulação e migram para o fígado e pulmão (pneumonia).
- Animal doente indica doença no efectivo.
- Forma
- Aguda: aparece morta com sangue, vacas normais com quadro respiratorio agudo ou hiperagudo (tromboembolias pulmonares).
- Crónica: mais comum.
- Epistaxis purulenta, ruptura de grandes vasos é sugestivo.
- Inicialmente febre, anemia (mucosas palidas)
- Pneumonia generalizada - como é raro em adultos torna SVCC suspeita.
- Diagnóstico Diferencial
- Ulcera de abomaso: febre, anemia, prova de sangue oculto nas fezes (baixo valor preditivo nas fezes, sangra pouco em bovinos).
- Reticulite traumatica (quadro recidivante): mas tem menor anemia.
- Piroplasmose: anaplasma marginal (anemia, complicado), babesia (menos frequente, alteração da cor da urina).
- Dianóstico
- Estudo do teor butiroso do leite com quebra e laminites indicam acidose.
- pH ruminal.
- Tratamento sintomático
- Tratar broncopneumonia.
- Endotoxemia: AINEs (flunixin-meglumina).
- Atropina como broncodilatador.
- Recolha de embriões de vacas com elevado valor. Maneio alimentar, controlo do pH.
- Prognostico reservado.
Complexo Respiratório Bovino (CRB)
- Jovens (mais frequente na engorda).
- Factores:
- Agente infeccioso: dificil de isolar (co-infecção), não se justifica. Trabalha-se me lotes (não ideal).
- Vacinação: prudente se há patologia, periodo crítico no primeiro mês de entrada até desenvolver imunidade (AB preventivos).
- Acompanhamento para detecção e tratamento precoce e individual.
- Controlo na entrada: novo lote deve ter metafilaxia com AB e acompanhamento (pistola de infravermelhos permite controlar temperatura do lote).
- All-in all-out na carne.
- Abordagem por tentativa e erro para encontrar AB.
- Animal: vitelas de leite com problemas produzem menos, bovinos têm maturidade pulmonar tardia e são mais sensiveis, raças exóticas e seleccionadas mais expostas (carne), imunidade não adequada (colostro mal administrado).
- Instalações: higiene (sistema automático de limpeza), edificios elevados (6 metros) e saidas de ar no topo (no ciclos de ar depende da inclinação do telhado), sistemas de ventilação dinâmicas, evitar amoniaco (principal problema). Engorda em extensivo tem menos problemas, em intensivo há má higiene (sem sistema de limpeza) e má ventilação, que leva a elevado amoniaco.
- Maneio: colostro, all-in all-out (limpar e desinfectar após cada ciclo de engorda, dimiui risco e melhora performance -ganho de peso diario, lote homogeneo), boa alimentação (promove imunidade), higiene, stress (imunossupressão).
- Consequencias
- Elevada morbilidade (75%), mortalidade variavel (50%).
- Elevados custos: tratamento é caro (raro), diminui ganho de peso médio diário, desvaloriza lote (heterogeneo tem menor preço), desvaloriza carcaça (pode haver rejeição), maior taxa de refugo.
- Formas clinicas
- Grau 1 - subclinica: febris, incubação, ganho de peso mais baixo.
- Grau 2 - clinica compensada.
- Grau 3 - clinica não compensada.
- Grau 4 - irreversivel: não consegue respirar ou comer, sem recuperamento, eutanasia.
- Diagnóstico
- Identificar agente: pesquisa de Ac (serologia) em jovens é complicada, o melhor é fazer necropsia e recolher amostras. Faz-se zaragatoa, lavagem bronco-alveolar. A histopatologia permite distinguir entre agentes, visto que é comum isolar vários agentes.
- Necropsia: historia (idade, sexo, peso, raça); local de morte e posição; factores predisponentes (instalações);
- Medição de temperatura: termorrafia ou temperatura rectal na manga.
- Sintomatologia: anorexia, corrimento nasal, isolamento.
- Tratamento
- Isolar doentes (diminui circulação do agente) e detecção precoce de animais febris e dispneicos (permite melhor taxa de recuperação).
- Tratamento de grupo: se possivel isolar e tratar doentes, se generalizado dar AB.
- Anti-inflamatorios se tem febre (>40o causa anorexia).
- AB
- Frequencia de administração (relevante porque é complicado o maneio na engorda, melhor mais longo), preço, IS carne (depende da data prevista de abate), tratamento previo pelo produtor.
- Doses superiores para patologias respiratórias.
- Criterios de mudança de AB: grau de melhoria dos animais após 48h do inicio do tratamento.
- Enrofloxacina (no Mycoplasma), Danofloxacina, Florfenicol (metafilaxia), Marbofloxacina, Tilimicosina (no Mycoplasma)
Prevenção e Controlo
- Corrigir factores predisponentes. Alteração no maneio e instalações permite acção a longo prazo.
Metafilaxia
- Administrar AB num grupo de risco.
- Pontual, em explorações de risco.
- Florfenicol, tulatromicina.
- Á saida da origem ou chegada no destino. Evita infecções por oportunitas após transporte (IBR, bacterias).
- Aplicação única de AB de largo espectro e longa duração.
- Diminui morbilidade e mortalidade (CRB), diminui casos clinicos mas não exclui ocorrencias.
- Diminui risco em explorações de risco ou situações anormais mas não resolve o problema.
- Aumenta o custo e IS, tem risco de resistencias, risco de residuos (não importante na chegada).
- Outros farmacos
- AI: principalmente em mais afectados, resposta inflamatoria causa maiores lesões pulmonares (congestão e edema agrava).
- Grau 2, 3: AINEs - dispneia marcada, AINEs com longa duração.
- Grau 3, 4: AIEs - pontual em situação inflamatória muito exuberante (cianose, dispneia e risco de fibrose pulmonar) com risco de vida usado em curto periodo para estabilizar e evitar lesões mais graves (reduz migração leucocitária o que não é benefico inicialmente). Carprofeno e meloxicam 1x, flunixim-meglumina a cada 24h.
- Electrolitos: desidratação.
- Correcção da desidratação é importante nos mais graves porque há espessamento das secreções bronquicas.
- Água PO por entubação (garrafas CI em dispneia), lactato de ringer IV.
- A hiperhidratação é sempre favorável porque fluidifica secreções e promove recuperação mais rápida.
- Indicado em grau 2, 3 e 4 mas complica maneio, por isso usa-se nos casos mais graves.
- Vitaminas complexo B (estimulantes do apetite e imunidade).
- Broncodilatadores: bromexina.
- Diureticos: furosemida no edema pulmonar grave (grau 3 e 4) e fluidoterapia.
- Alimento de boa qualidade, probioticos e disponibilidade de água (estimular apetite e evitar perda de peso). Muita materia e seca e proteina ligeira tende a diminui patologia respiratória em vitelos. Aumento de concentrado aumenta patologia respiratória (acidose, desbiose - reduz ingestão).
Imunidade
- Colostro
- Imunidade passiva. Protecção por 2 a 3 meses.
- O pico de absorção de imunoglobulinas é às 12h de vida e cessa às 24h.
- Até as 12h deve fazer 2 tomas de colostro de boa qualidade (1,5 a 2l).
- No primeiro dia deve beber de 4 a 6l de colostro.
- Previne enterite por imunidade local no trato intestinal (toma por 5 dias).
- Vacinação da mãe influencia protecção dos vitelos.
- Qualidade, quantidade e tempo de administração.
- Importante quando se mistura animais de proveniencias diferentes.
- Se o vitelo não consegue mamar faz-se intubação nasogástrica e administra-se
- 4 a 6l. Se a vaca tem mamite deve usar-se colostro congelado previamente (de vacas mais velhas - melhor imuniadde) e descongelar em banho maria (microondas destroi Ig).
- Vacina
- Diminui risco, mortalidade e morbilidade, severidade e recidivas. Não evita a 100%.
- Menor custo, maior duração (protecção para o ciclo), mais usado.
- Tendencia a vacinas polivalentes para facilitar maneio: BRSV, PI3, IBR, e algumas BVD (imunossupressão potencia outras patologias).
- Vacinação das mães: relevante quanto os vitelos são retirados cedo da mãe, so efectivo se a administração de colostro for correcta, diminui circulação do agente na exploração.
- Standard: vacinação de vitelos aos 3 a 4 meses, 2a dose passado 3 a 4 semanas, em 15 dias a 1 mês estão protegidos. São desmamados aos 6 meses já protegidos (melhor resultado). Vacinas polivalentes. Ideal.
- Antes de ocorrencia de CRB: antes do transporte / à entrada. Á chegada na exploração tem pior resultado porque estão imunodeprimidos do transporte e adaptação, e ja podem vir a incubar. Acompanha-se de metafilaxia.
- Vacinação em surtos: normalmente contra-indicado, em patologias de grupo pode ser necessario (ex. CRB). Utilizar vacinas inactivadas.
- Falhas vacinais: animais já infectados (a incubar), administração ou manipulação incorrecta (devem ser refrigeradas), variabilidade individual é importante, stress, utilização de corticos (anula efeito da vacina), mutação de virus (ex. BRSV).
- Vacinas intranasais: permite vacinação precoce e aumento dos anticorpos local mais rapidamente que IM ou SC. Para PI3, BRSV, IBR.
- Tipos:
- Inactivadas: mais seguras, pior resposta imune (menos imunogenicas), segura para gestantes, reforço anual, pode ser utilizado em surtos.
- Vivas: resposta imunitátia mais prolongada, pode induzir aborto, não utilizar em animais debilitados ou doentes (nunca em surtos).
- Bacterinas: pouco usadas, pouco seguras, exigem muito reforço, não há para Mycoplasma histophilus.
Maneio
- Formações da equipa (boas praticas), protocolos de trabalho.
- Diminuir stress.
- All-in all-out.
- Lotes homogeneos: mesma idade e sexo, minimiza problemas. Origem diferente é pouco pratico. Se há diferença de idades causa stress e conflitos, os mais jovens não se conseguem alimentar devido à hierarquia.
- Temperatura (stress hipertermico), humidade, qualidade do ar, evitar mudanças bruscas de temperatura, correntes de ar (entradas de ar elevadas para o ar que entra frio entrar em contacto com o ar quente e descer, renovando o ar ao nivel dos animais).
- Transportes.
- Mudanças bruscas de alimentação: bovinos requerem 2 a 3 semanas de adaptação.
- Higiene e desinfecção.
- Evitar imunossupressão.
- Evitar sobrepopulação: higiene, temperatura.
- Ter informação dos lotes antes da chegada.
- Quarentena: se all-in all-out não é possivel, minimiza problema. Quarentena de 15 dias para vacinar novos animais para patologias endemicas e proteger o efectivo de novos agentes.
- Testagem de outras patologias: BVD, tuberculose, leucose, brucelose, paratuberculose, agentes contagiosos de mamites, agentes com impacto reprodutivo (neospora, toxoplasma). Atenção a seroconversão: PI tem Ag + e Ac -, na retestagem 15 dias depois mantem.
- Instalações
- Mimizar niveis de amoniaco ambiental.
- Amoniaco elevado: lesão do epitelio e diminuição da actividade ciliar - até pode inverter direcção, espessa muco dificultando recuperação, com amoniaco elevado é quase impossivel não ter patologia.
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